sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Onde vai parar isto tudo?

Em debate na televisão

Correia de Campos rejeita influências partidárias no encerramento de urgências
O ministro da Saúde, Correia de Campos, rejeitou qualquer influência político-partidária no processo de encerramento das urgências, embora reconhecendo que «as decisões finais são sempre políticas»

“Confirma- se o cenário que vínhamos a prever desde há mais de dois anos. Apesar das sucessivas reuniões com o Senhor Ministro, dos protestos dos autarcas e das manifestações da população, nada fez recuar o Governo numa decisão que prejudica gravemente os Vouzelenses”, disse o autarca. “Ainda por cima, esta triste notícia surge num dia em que o Governo anunciou a compra de terrenos à Câmara Municipal de Lisboa para construir um novo hospital”, referiu Telmo Antunes. “Isto é mais uma prova evidente da acção deste Governo: encerra no interior e abre na capital. E mais: paga o terreno à autarquia, ao contrário do que acontece em todas as outras câmaras do país que, em situações idênticas são obrigadas a adquirir os terrenos para que o Governo construa hospitais ou centros de saúde”, contesta o Sr. Presidente da Câmara de Vouzela Telmo Antunes

Um dos elementos da Comissão de Reforma das Urgências Hospitalares admitiu, na segunda-feira à noite, que os pressupostos de encerramento de muitas urgências não estão a ser respeitados.

No programa "Prós e Contras", da RTP, José Manuel Almeida considerou que não estão a ser criadas alternativas ao fecho de muitas das urgências e desafiou o ministro da Saúde, também presente neste debate, a dizer se essas alternativas existem ou não.

«Os pressupostos que deixámos foram as escolhas dos pontos de rede. O senhor ministro ainda não deu nota formal dos pontos de rede que vão ficar», afirmou.

José Manuel Almeida considerou ainda que, perante esta situação, para se encerrarem urgências «devem haver soluções alternativas que garantam um atendimento melhor».

Neste debate, o ministro da Saúde aproveitou para negar qualquer influência politico-partidária no processo de encerramento de urgências, muito embora tenha reconhecido que «as decisões finais são sempre políticas».

Correia de Campos disse ainda que pretende com esta reforma que «as pessoas fiquem sempre melhor do que estavam» e que não dormirá «sossegado» enquanto existiram pessoas que têm de se inscrever para uma consulta antes das 8:00.

O titular da pasta da Saúde falou ainda sobre o encerramento das urgências do hospital da Anadia, ao pedir à população local que o ajudasse a «requalificar o hospital local», tendo prometido deslocar-se a esta localidade para dar a conhecer o que pretende fazer.

Correia de Campos admitiu ainda que os «cuidados continuados a idosos são os mais importantes», mas que até há pouco tempo não existia nada em Portugal neste domínio.

O ministro admitiu ainda dificuldades pontuais para cumprir a sua reforma e prometeu que as 105 unidades de saúde familiar actualmente existentes vão aumentar para 150 no final de 2008.




Nota: estas são apenas algumas notas sobre o debate que se realizou. Sinceramente, não sei até que ponto isto vai melhorar a qualidade de vida dos portugueses se, até na saúde são prejudicados! Portugal é considerado o país com mais idosos do que jovens. A maior parte destes idosos mal consegue deslocar-se aos centros hospitalares e agora encerrando as urgências (das suas residências) esses deslocamentos vão ser extremamente complicados. Isto, para não falar dos hospitais que estão completamente "entupidos" de pessoas. Se já o eram antes.... agora ainda mais!

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